Estava eu lendo uma noticia super interessante no site Carta
Capital com o titulo de “A forma como você se alimenta é um ato político”, e
achei tão interessante que resolvi compartilhar com vocês. Se trata de uma
entrevista com a nutricionista Elaine de Azevedo, pesquisadora do Centro de
Ciências Humanas e Naturais da Universidade Federal do Espírito Santo, ela
acaba de escrever um livro sobre o assunto e deu uma entrevista ao site que
vale a pena conferir, vou sintetizar para vocês e dar minha humilde opinião de amante/aprendiz
da área de gastronomia.
Elaine tem a interessante teoria de que a produção de
alimentos orgânicos geraria uma melhora social extremamente ampla, visto que ao
valorizar o agricultor (80% da produção de orgânicos é familiar)
consequentemente a vida nas grandes cidades melhoraria no quesito desemprego,
violência e poluição. E essa história de que os orgânicos não supririam a
demanda mundial e pura balela inventada pelas grandes industrias de agronegócio.
E que é preciso que tenhamos consciência dessas e outras coisas a respeito do
assunto para que o financiamento do governo aumente para produtos orgânicos e
os preços abaixem, atualmente o financiamento é de 25% para agricultura familiar
e 75% para agronegócio.
Quanto ao alimento orgânico, a nutricionista diz que não
possui maior valor nutricional, mas melhor valor nutricional, com valor
nutricional mais adequado e equilibrado, ao contrário do que normalmente
consumimos que muitas vezes se torna cancerígeno por causa dos venenos. Elaine
ainda propõe duas coisas interessantes sobre a dieta da população:
1 precisamos reduzir nosso consumo de proteína;
2 dieta culturalmente ajustável;
Como assim? O mundo possui uma dieta alimentar mais ou menos
padronizada, todos comem mais ou menos as mesmas coisas, e isso não é natural e
nem interessante para nossa saúde (e convenhamos nem para nossa cultura). Como
exemplo ela diz que o azeite por exemplo, não é gordura a ser usada nos
trópicos, nossos óleos aqui são o óleo de coco e de palma.
E é aí que eu me vejo na área de gastronomia a procura de uma
sobremesa em pleno Brasil, e só de pesquisar no google já dá pra ver que chove
receitas com morango, cereja, etc. Pra achar uma com mamão, manga, carambola,
acerola, e outras frutinhas nacionais é um custo! E nossas frutas são tão boas quanto.
Acontece que estamos importando as frutas e as receitas, ao invés de ir
naquelas árvores que encontramos no meio do caminho, colher e desenvolver nos
mesmos nossa cultura e culinária local. Isso me assusta enquanto
amante/aprendiz de gastronomia.
Convido vocês a lerem a entrevista e debaterem o assunto, depois
disso fazer umas receitas muito loucas com coisas bem brasileiras e
compartilhar com a gente. O que acham? Papo sério né? Mas é comida
pessoal...comida! Comentem aí ;)